História da Igreja

Alberto Magno, Santo (1206-1280)

Conhecido como Alberto, o Grande ou Magno, e também como “Doctor universalis”.

Nascido em Lauingen (Suábia), fez seus primei­ros estudos em Pádua, onde conheceu o superior geral dos dominicanos, Jordão da Saxônia, por cuja influência entrou na ordem dominicana. Dedicou toda a sua vida ao ensino, primeiro em vários conventos de sua ordem (1228-1245) e depois em Paris, como mestre de teologia. Nesse primeiro período parisiense teve Santo Tomás de Aquino como discípulo. Em 1248 passou para a Universidade de Colônia, seguido por Santo Tomás. De 1254 a 1257 desempenhou o cargo de provincial dos dominicanos, para passar de 1258-1260 a ensinar novamente em Colônia. Foi bispo de Ratisbona de 1261 a 1270. Termi­nou seus últimos anos em Colônia, onde morreu em 1280.

Se algum título lhe cabe com justiça é o de “mestre”. Toda a sua vida foi dedicada ao ensino com aclamação e fama universais. O próprio Roger Bacon, franciscano e professor em Oxford, ainda reconhecendo seus defeitos como docente, diz a respeito dele: “Vale mais que a multidão de homens de estudo, pois trabalha muito, tem visão infinita e por isso soube tirar tantas coisas do oce­ano infinito dos fatos”.

Sintetizando-a contribuição de Alberto Mag-no ao pensamento cristão, poderíamos resumi-la nos seguintes pontos: a) A adoção do peripatetismo por ele e seu discípulo Santo To­más deve ser considerada como uma verdadeira revolução na história do pensamento ocidental. “A partir do século XIII, será tal a união entre o aristotelismo e o cristianismo que a filosofia peripatética participará da estabilidade e imutabilidade do dogma” (E. Gilson). b) O méri­to principal de Alberto Magno consiste em ter sido

o primeiro a ver o enorme acréscimo de riquezas que representavam a ciência e a filosofia greco­árabes para os teólogos cristãos. Alberto Magno se impôs um trabalho de assimilação e interpre­tação, e sobretudo de conhecimento, ao qual se lançou com veemência. Ao canonizá-lo santo, a Igreja queria justamente glorificar tal veemência heróica. c) Dentro das descobertas atribuídas a Santo Alberto, a de maior alcance geral continua sendo, sem dúvida, a distinção definitiva que sou-be introduzir entre a filosofia e a teologia. “É cu­rioso que se tenha adotado o costume de citar Lutero, Calvino, ou Descartes como os liberta­dores do pensamento, enquanto se considera Alberto Magno como o “cabeça dos obscurantis­tas da Idade Média” (E. Gilson).

Outro aspecto fundamental em Alberto Mag-no é seu pensamento científico. “Particularmente no campo da botânica, da zoologia, da mineralo­gia e da alquimia, enriqueceu as noções tradicio­nais com muitas observações próprias. Mais ain­da, a contribuição pessoal de Alberto consegue dar às noções empíricas e causais da ciência tra­dicional uma validade universal. Por isso foi, pre­cisamente, no campo das ciências naturais, que Alberto encontrou, com toda razão, a admiração de seus contemporâneos e posteriores até a nossa época” (P. Simón, Dic. de filósofos).

Todos esses aspectos de mestre e pesquisador fundem-se em sua obra escrita, que é, de fato, vastíssima. Ao todo são 21 volumes em fólio da edição de Jammy e 38 em quarto da edição Borgnet. Sua obra está dividida em quatro gran­des blocos:

1) A chamada Summa de creaturis (1245­1250); 2) Commentarii in IV Libros Sententiarum de Pedro Lombardo; 3) Um amplo conjunto de tratados sobre as diversas partes da teologia (1250­1270); 4) Uma Summa Theologica que data do final de sua vida.

BIBLIOGRAFIA: Opera Omnia. Ed. A. Borgnet. Vivès, Paris 1890-1899, 38 vols.; A. G. Menéndez Reigada, Vida de San Alberto Magno, Doctor de la Iglesia, 1932. 

 

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