História da Igreja

Beda, o Venerável, São (672-735)

 

Nasceu em Jarrow (Inglaterra). Monge, teólo­go, investigador e historiador anglo-saxão, conhe­cido principalmente por sua Historia ecclesiastica gentis anglorum, imprescindível para o conheci­mento das origens do cristianismo na Inglaterra.

Desde os sete anos o vemos no mosteiro de Wermouth (Durham), de onde se mudou para a abadia de Jarrow, aí vivendo até a sua morte. Conforme diz Pedro Abelardo, colhendo o pró­prio testemunho de Beda, nunca se arrependeu de ter-se tornado monge, jamais se cansou, feliz em viver em plenitude. Sepultado em Jarrow, seus restos foram trasladados mais tarde para a Cate­dral de Durham.

A obra escrita de Beda está dividida em três grupos básicos: a) estudos de gramática e cientí­ficos; b) comentários bíblicos; c) escritos históri­cos e biográficos. No primeiro bloco, figuram seus tratados sobre a leitura, figuras de linguagem, versos e epigramas. Como obra científica desta­ca-se De natura rerum, baseada preferencialmente na obra de Plínio, o Velho, e De temporum ratione, esta última dedicada a instruir os clérigos para determinar a data exata da páscoa cristã. Tam­bém é um mérito de Beda a adaptação da crono­logia da história universal para a data do nasci­mento de Cristo.

Com relação a seus comentários bíblicos, é conhecida sua tendência para as interpretações alegóricas, procurando no texto bíblico sentidos simbólicos e mais profundos. Não obstante, sou-be aplicar um sentido crítico ao texto e tratou de harmonizar e raciocinar suas discrepâncias e di­ferenças.

A faceta mais brilhante de Beda está em sua condição de monge investigador e historiador. Dele se conhece Vida de São Cutberto, em prosa e verso, na qual abundam os milagres. Maior sen­tido histórico tem sua Historia abbatum. Mas a obra que é ligada a seu nome, como o indicamos anteriormente, é sua Historia ecclesiastica gen­tis anglorum. Consta de cinco livros e abrange um período que vai desde a invasão de Júlio César (55-54 a.C.) até a chegada de Santo Agostinho a Kent (597 d.C.). Suas fontes são cartas antigas, tradições dos antepassados e o próprio conheci­mento dos fatos pelo autor. Apesar de estar sobrecarregada com os milagres, é a obra de um estudioso preocupado em precisar suas fontes e registrar as que considerava dignas de crédito.

Ainda hoje é fonte indispensável dos fatos e sig­nificado da primitiva história anglo-saxã.

Com razão compara-se Beda com São *Isidoro de Sevilha. Beda é outro elo da corrente através da qual se transmite a cultura antiga para a Idade Média. Sua influência perpetuou-se na Inglaterra pela escola de York, fundada por seu discípulo Egbert, e transcendeu o continente através do grande Alcuíno. Beda é o monge paciente cuja imagem é paradigma do estudioso pesquisador das velhas abadias beneditinas.

BIBLIOGRAFIA: Obras: PL 90-95; A. H. Thompson, Bede: His life, Times and Writings, 1935; M. T. A. Carroll, The Venerable Bede: His Spiritual Teachings, 1946. E. Gilson, A filosofia na Idade Média, 173-176. 

 

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