História da Igreja

Berdiáev, Nikolái (1874-1948)

Representante da filosofia existencialista cristã russa. De vida agitada antes e depois da revolu­ção de 1917, primeiro por suas idéias socialistas e depois por sua oposição ao regime comunista. Berlim e Paris foram os lugares de residência obrigatória. Desde 1925 fez de Paris o centro de sua atividade filosófica e cultural. Sua produção é muito extensa.

Berdiáev defende um espiritualismo profetizante. Sobre o fundo comum do existencialismo, concebe o homem como indiví­duo, ligado ao mundo da natureza. Mas o homem supera o limite que o separa de sua própria singu­laridade, colocando-se como pessoa. O homem, enquanto pessoa, vive sua própria existência, vive sua própria vocação com consciência e responsa­bilidade. A solidão originária do homem, segun­do Berdiáev, não pode ser resolvida senão em Deus: “É nele que a plenitude pode ser alcançada, após descoberto o verdadeiro sentido da existên­cia”. “Ontologicamente, a solidão é a expressão da nostalgia de Deus como sujeito e não mais como objeto, porque Deus não pode ser nunca um objeto, um outro, senão que vive na alma e revela-se como momento constitutivo da perso­nalidade espiritual do homem. Na profundidade do espírito, nasce essa humana e eterna nostalgia de Deus, e a procura de Deus por parte do ho­mem transforma-se na procura de si mesmo, da própria humanidade”.

Neste surgir de Deus na alma, Berdiáev en-contra um movimento duplo: “De Deus ao ho­mem e do homem a Deus”. Portanto, pensa Berdiáev que “na filosofia e na teologia seria ne­cessário começar não pelo homem, nem por Deus, mas pelo Deus-Homem. A existência, então, de­semboca no Deus-Homem, em Cristo, em quem se restitui o laço desfeito entre o homem e Deus, e o homem liberta-se da escravidão da natureza e da morte”. “Entra numa economia nova.” “Toda a vida é diferente depois da vinda de Cristo.”

Sob essa perspectiva. Berdiáev constrói um ética nova. “A ética da redenção completa-se por uma ética nova, criativa e profética, que carrega sobre o homem a responsabilidade pelo próprio destino e o do mundo”. Seu melhor livro, O des­tino do homem, tenta traçar as linhas da existên­cia cristã, entendida como criatividade, que se abre finalmente em visões de ordem escatológica e profética. São reflexões paradoxais e sugestivas, embora nem sempre claras.

BIBLIOGRAFIA: Obras: Uma nova idade média (1931); O sentido da história (1931); A destruição do ho­mem (1947); O homem e a máquina (1933); O destino do homem (1936); Ensaio de meditação escatológica (1940); Cinco meditacõses sobre a existência (1948); Liberdade e escravidão do homem (1959); O cristianismo e o problema do comunismo (1959). 

 
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