História da Igreja

Bonhoeffer, Dietrich (1906-1945)

 

Pastor protestante que, junto a K. Barth e R. Bultmann, estabeleceu as premissas de uma trans­formação na teologia contemporânea. Esse teó­logo alemão, incentivador da chamada “Igreja Confessional”, opôs-se ao nazismo em nome do Evangelho. Detido pela Gestapo em 1943, foi enforcado pelos nazistas pouco antes da liberta­ção. Seu pensamento e seu exemplo exerceram uma grande influência não só na teologia, mas também na vida dos cristãos de hoje.

É extensa sua obra como professor e confe­rencista. Em sua produção destacamos: Criação e queda (1933); A imitação (1937); Vida em co­mum (1938). No entanto, suas obras mais conhe­cidas são: O preço do ser discípulo (1937); Car­tas e anotações do cárcere; Tentação (póstuma, 1953).

Os principais pontos de sua doutrina podem ser assim formulados: a) Ataque à “graça barata” ou visão cômoda do cristianismo. “A graça bara­ta — diz — é pregar o perdão sem exigir o arre­pendimento, o batismo sem a disciplina da Igre­ja, comunhão sem confissão, absolvição sem con­fissão pessoal. Graça barata é graça sem ser dis­cípulo, graça sem cruz, graça sem Jesus Cristo, vivo e encarnado” (O preço do ser discípulo). b) O verdadeiro discípulo entrega-se a Cristo até a aceitação da dor e da morte. “A ‘graça cara’ é cara porque nos chama a seguir Cristo.” c) Nem no terreno das idéias, nem na prática diária, o homem moderno “necessita do Deus que serve para tapar buracos”. “Deus sabe que devemos vi­ver como homens que tratam de viver a sua vida sem ele... Diante de Deus e com Deus vivemos sem Deus” (Cartas). A situação de maturidade do homem moderno está de acordo com os desíg­nios de Deus. Portanto, hoje será necessário um “cristianismo sem religião”.

Esses dois últimos parágrafos apontam para o mais novo e original da teologia de Bonhoeffer: um cristianismo sem religião, uma fé sem reli­gião. O mundo chegou a ser adulto e demonstrou que pode viver sem religião. Que isto significa? Pode existir um cristianismo sem religião? Para Bonhoeffer, o cristianismo sem religião signifi­ca, antes de mais nada, viver o cristianismo isen­to de certos aspectos da religiosidade burguesa. A religião concebe a transcendência de Deus e faz dele um Deus abstrato e remoto. A religião leva a um individualismo, preocupado somente com a própria salvação em detrimento da Igreja e do mundo. A religião confina o cristianismo a uma parcela da vida, e leva sempre a uma separação do mundo secular e à despreocupação com ele. Finalmente, o “cristianismo como religião” leva à concepção de uma Igreja composta de indiví­duos preocupados somente com sua salvação. E faz do mundo um campo inimigo do qual se deve fugir.

O propósito de Bonhoeffer é trazer Deus e a Igreja para o âmbito secular. Deus está no pró­prio centro da vida e a transcende, sem que isto queira dizer que está longe dela. Daí que o cris­tão tenha de aprender a viver e a falar de Deus com um estilo novo, secular. Esta é sua lição e contribuição para os cristãos de hoje. Deve-se seguir Cristo, “o homem para os demais”, no ser­viço ao mundo. 

 

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