História da Igreja

Câmara, Hélder Pessoa (1909-)

 

Bispo de Olinda e Recife no Brasil desde 1964. Onze anos como secretário da Conferência Naci­onal dos Bispos do Brasil — CNBB — permiti­ram-lhe conscientizar o episcopado e a Igreja so­bre a situação social de pobreza de grande parte da população. Durante esses anos, sua atividade na pregação, tanto no púlpito quanto na televi­são, foi alertar os cristãos sobre o estado de misé­ria física, moral e espiritual das favelas e bairros marginalizados do Rio de Janeiro. No Concílio Vaticano II, advogou por uma distribuição mais justa das riquezas da Igreja em favor dos pobres.

Como bispo, sua atividade centrou-se numa série de programas sociais, educacionais e religi­osos tendentes a elevar a vida dos camponeses de sua diocese. Como conseqüência, teve em 1966 sérios confrontos com as autoridades governa­mentais do Estado e da nação que terminaram em tiros e ataques à sua própria residência. Em 1967, deu origem a uma forte oposição por parte do exército e dos proprietários da terra, quando afir­mou, na cidade de Pernambuco, que somente a ação social da Igreja poderia evitar uma revolu­ção violenta dos necessitados. Ao mesmo tempo, denunciava a injustiça social resultante da má e injusta distribuição da riqueza no Brasil, que fo­mentava o “colonialismo interior” e a violação dos “direitos humanos básicos”.

O trabalho social de Dom Hélder Câmara foi reconhecido por vários Organismos Internacio­nais. Seu pensamento foi compilado em dois vo­lumes: Revolución dentro de la paz (1968) e Revolución por medio de la paz (1971). Esses dois livros contêm boa parte dos numerosos sermões, conferências, mediações que o bispo de Recife pronunciou e das quais participou. D. Hélder Câmara será lembrado sempre como um dos gran­des apóstolos e missionários dos pobres em sua justa reivindicação dos direitos fundamentais. Seu trabalho está vinculado ao da Igreja do Brasil e da América Latina em geral, na luta pela liberta­ção. Sua obra tem sido uma “educação libertadora”, segundo o método de Paulo Freire e os princípios da “Teologia da Libertação”. Seu reconhecimento é hoje unânime.

BIBLIOGRAFIA: O Deserto é Fértil; O Evangelho com Dom Helder; Indagacoes Sobre uma Vida Melhor; L. Boff, Eclesiogênese. As Comunidades de Base reinventam a Igre­ja; E a Igreja se fez povo; Equipo Seladoc, Panorama de la teología latinoamericana. Salamanca 1975-1984, 6 vols.; Instituto fé e Secularidade, Fe cristiana y cambio social en América Latina. Sígueme 1973. 

 

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