História da Igreja

Wesley, John (1703-1791)

Pregador evangélico e fundador, junto com seu irmão Charles, do movimento metodista na Igre­ja da Inglaterra. Foi estudante na Universidade de Oxford, onde, por sua vida regular de estudo e oração com outros companheiros, chegou a ser conhecido como “o metodista”. Seu primeiro des­tino foi o de missionário na Geórgia, na América do Norte (1735-1737), para retornar à Inglaterra e experimentar uma profunda conversão que o fez dedicar toda a sua vida a evangelizar, dentro da Igreja Anglicana. O contato com Peter Böhler, pietista morávio, e com a leitura dos comentários de *Lutero à Carta de São Paulo aos Romanos, fizeram-no ver que sua missão na vida era a pre­gação da boa nova do Evangelho, onde houvesse um púlpito para proclamá-la. Seu entusiasmo cho­cou as igrejas anglicanas, que lhe fecharam as portas. Por isso preferiu pregar às massas ao ar livre e a grupos reduzidos nas casas. A partir de 1742, atravessou a cavalo quase toda a Inglater­ra, chegando a percorrer até 13.000 quilômetros por ano. Sua missão foi de caráter “revivalista”, dirigida à Igreja da Inglaterra, a qual desejou alertar diante das novas necessidades da era in­dustrial que se avizinhava. Sua prédica ao ar li­vre dirigia-se principalmente a lavradores, pes­cadores e operários. Seguindo o método iniciado na Universidade de Oxford, formou também gru­pos ou associações de leigos e logo de pregado­res seculares, itinerantes como ele, na pregação da Palavra. Esses grupos ou pequenas Igrejas lo­cais estenderam-se pela Irlanda, Escócia e, prin­cipalmente, pela América do Norte, chegando a formar o que se conhece hoje como Igrejas Re­formadas Metodistas, fora do controle da Igreja da Inglaterra.

A pregação e a obra de J. Wesley inspiram-se no movimento “revivalista” inglês, imbuído no pietismo e no puritanismo da época. Sua doutri­na fundamental é baseada na justificação pela graça por meio da fé individual. Daí a insistência na conversão. “O sincero desejo de salvar-se do pecado pela fé em Jesus Cristo e de dar provas disso na vida e na conduta” é a condição única para ser admitido na Igreja.

Sua experiência e sua atividade de missioná­rio itinerante estão reunidas em seus Diários de campanha. Sua obra de organizador e legislador está nas Regras (1743) para as sociedades metodistas. O Livro dos ofícios, de caráter anglicano, guarda seu espírito e insiste na prédica da Palavra e no canto de hinos, em sua maior par­te compostos por ele. Desta forma, Wesley e seus “evangelizadores” pregaram e cantaram a fé em Cristo. Nesta obra, seu irmão Charles tem o mé­rito de ser o principal colaborador, sobretudo na composição de hinos, dos quais é considerado como o maior compositor em língua inglesa.

O movimento “revivalista” de Wesley influiu muito nas chamadas Igrejas livres da Inglaterra: presbiterianos, congregacionalistas e batistas. A própria Igreja Anglicana, embora oposta à prédica metodista, sofreu sua influência. A vida inglesa passou por uma profunda transformação em sua moral privada e pública. O nome de Wesley fi­cará para sempre como o do grande pregador que “revitalizou a vida religiosa e moral dos ingleses”.

*Pietistas.

BIBLIOGRAFIA: Martín Schmidt, John Wesley: A. Theological Biography, 1962-1971, 2 vols. 

 

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