História da Igreja

Schutz, Roger (1915-)

O nome de Roger Schutz está vinculado a dois fatos fundamentais e singulares: a comunidade cristã interconfessional de Taizé e o movimento ecumênico. Os dois fatos estão intimamente liga­dos: em torno de Taizé, cristãos de todas as con­fissões, inclusive outros crentes ou agnósticos, encontram-se numa atmosfera de silêncio, ora­ção, intercâmbio e diálogo.

Roger Schutz nasceu na Suíça em 1915. De­pois de realizar seus estudos teológicos em Lausanne, dedicou-se como pastor calvinista ao cuidado pastoral. Em 1940 foi para a França, onde comprou uma velha mansão na colina de Taizé, próxima a Maçon. Quis fundar uma co­munidade de cristãos “concebida como um sinal de unidade”. Tentou combinar ação e oração, re­tiro e participação na miséria dos homens através do acolhimento aos refugiados políticos. Em 1942, foi para Genebra, fugindo da Gestapo, e retornou a Taizé em 1944 com mais três irmãos. Cinco anos depois, são sete os que emitiram seus primeiros votos: castidade, comunidade de bens e obediência.

Desde essa época, Taizé transformou-se num lugar de paz e de intercâmbio. Em 1958, o irmão Roger, assim quis chamar-se, encontrou-se pela primeira vez com o Papa João XXIII. Em 1962, visitou o patriarca Atenágoras. Nesse mesmo ano, inaugurou-se a igreja da comunidade, com o nome simbólico de Igreja da Reconciliação. Desde 1966, esse homem simples e crente transformou Taizé em centro ecumênico de um surpreendente movimento de jovens de todo o mundo. Na Pás­coa de 1970, lançou a idéia de um concílio de jovens, que todos os anos, desde então, buscam as portas da comunidade, seja qual for sua reli­gião.

Durante esses anos, a atividade do irmão Roger foi universal: convidado pessoal do Papa às qua­tro sessões do Concílio *Vaticano II (1962-1965); acompanhou *Paulo VI em sua viagem a Bogo­tá; visitas às “fraternidades” dispersas por todo o mundo, sobretudo nos países mais pobres; confe­rências a operários na Polônia; assembléias a multidões de jovens em Florença etc.

O pensamento do irmão Roger ficou impres­so na Regra da comunidade de Taizé, redigida entre 1952-1953 e expressa o mais profundo da espiritualidade monástica e do sentido missioná­rio do Evangelho. Suas obras: Viver no hoje de Deus; A unidade, esperança de vida; Dinâmica do provisório etc.; transmitem uma mensagem de paz e de serenidade na fé cristã para os monges de Taizé e para todo o mundo. Luta e contempla­ção (1973) resume, melhor do que nenhuma ou­tra obra, seu ideal de um cristianismo compro­metido com o mundo de hoje na vivência pro­funda do mistério cristão. Em 1974, os livreiros alemães concederam-lhe, em Frankfurt, o Prêmio da Paz.

BIBLIOGRAFIA: Diccionario del cristianismo. Herder, Barcelona 1974; Las religiones. Mensajero, Bilbao 1976; John Macquarrie, El pensamiento religioso en el siglo XX; Teología de la renovación. Sígueme, Salamanca 1972, 2 vols.; 2000 años de cristianismo, t. 9. 

 

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