História da Igreja

Smangaliso Mkhatshwa (1939-)

Sacerdote católico sul-africano, tem sofrido várias detenções e prisões por sua oposição como cristão ao “apartheid” de seus concidadãos ne­gros na África do Sul, durante os últimos vinte anos. Recentemente foi premiado com o título de doutor “honoris causa” das Universidades de Tubinga (Alemanha) e Washington (Estados Unidos). É fundador e diretor do Instituto de Teologia Contextual (ITC), versão africana da *Teologia da Libertação. Sua atividade discor­re na direção do instituto, de conferências, de congressos, além de trabalhos sobre a situação social e religiosa da população negra no sul da África.

Sobre o ITC escreve: “A nossa é uma institui­ção independente, na qual há de tudo: católicos, protestantes, representantes das Igrejas indepen­dentes africanas e membros da Igreja Reformada Holandesa como Alex Bhiman, afastado de seu ministério por ter exigido que fossem tomadas decisões mais rígidas contra o apartheid”.

“A teologia contextual — diz Smangaliso — é uma versão da Teologia da Libertação. Seu ob­jetivo é contribuir para a construção de uma nova sociedade justa e livre de toda forma de opres­são. Sublinha que a diferença com relação à Amé­rica Latina é a peculiar situação social e política sul-africana, onde a luta de classes está vinculada à discriminação racial”.

A missão principal do ITC é proporcionar à população uma análise que desperte sua consci­ência sobre a situação de escravidão em que vive e a ajude, conseqüentemente, a atuar”. Por isso, diante do fim do apartheid, que ele considera pró­ximo, pergunta: “Que sentido terá, então, a exis­tência do ITC?”, e responde: “O fim do apartheid não suporá a libertação total dos sul-africanos. Muitos anos se passarão até que se apaguem as atitudes psicológicas que permitiram tal monstru­osidade, e isso só será possível através de um pro­cesso de reeducação. Continuarão as desigualda­des econômicas e a pobreza da maioria negra. Que sentido tem que um novo governo proceda à redistribuição da terra, em poder de minoria bran­ca, se os negros não vão ter nem o capital, nem a preparação técnica, nem a tecnologia apropriada para sua exploração e rendimento?”.

A missão da Igreja será dar ao povo a forma­ção necessária. “Sabe-se — conclui — que o prin­cípio pietista de que não temos por que nos preo­cupar com o que ocorre na terra, porque nosso objetivo da salvação é o céu, é egoísta, e, se fosse levado adiante, impediria o progresso da huma­nidade.

BIBLIOGRAFIA: Vários, Teología negra-Teología de la liberación. Sígueme, Salamanca; Cl. Boff, Teología de lo político. Sus mediaciones. Sígueme, Salamanca, 1981. 

 

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