História da Igreja

Boff, Leonardo (1940-)

 

É o mais popular dos teólogos da libertação. Nos últimos anos foi submetido a uma série de advertências, processos e controles por parte da Congregação da Doutrina da Fé, os quais o tor­naram popular. De certa forma, esse teólogo bra­sileiro representa tudo o que a Teologia da Liber­tação teve de pagar para que fosse conhecida, vi­vida e posta em prática na América Latina. Por­que em Boff reúnem o homem de estudo, que pensa e analisa a realidade da América — e parti­cularmente do Brasil — à luz do Evangelho, e o homem de ação profundamente comprometido com a realidade de seu povo. É sob o ângulo da luz cristã da realidade e da ação que leva a transformá-la, que deve ser vista e interpretada a obra escrita de Boff: estudos, conferências, parti­cipações em assembléias e congressos e a ativi­dade pastoral: formação de líderes cristãos, co­munidades de base etc. Boff é um teólogo não somente na teoria, mas também na práxis de um bom conhecedor da realidade que o envolve.

Para Boff a opção está muito clara: “Para os teólogos da libertação, o central no aspecto polí­tico não é o socialismo, são os pobres”. Boff pre-ocupa-se mais com a opção pelos pobres que com os problemas de Roma, dos quais prefere não fa­lar. Quando fala da opção pelos pobres, prefere fixar sua atenção nos esquadrões da morte que a cada semana assassinam entre 10 e 20 crianças e jovens de 12 a 15 anos. “Jamais ninguém foi de­tido por isso — diz. Os assassinos geralmente são ex-policiais pagos por comerciantes e sua atua­ção não deve ser considerada como um fato iso­lado, já que tem funcionalidade no sistema”.

Nessa mesma opção vê a situação social e re­ligiosa do Brasil. “No Brasil, os desníveis sociais fazem com que a forma de vida, o luxo no qual vivem as famílias da burguesia brasileira, dificil­mente sejam igualados ao Primeiro Mundo. Um informe do Banco Mundial, de 1989, assegurava que o Brasil é o país que tem a mais alta taxa de inflação”.

Não é estranho, pois, que Boff se sinta com­prometido, como cristão e como membro de sua Igreja, com esta situação. Veja aqui seu pensa­mento: “A luta pelo futuro apresenta um com­promisso para a Igreja do Brasil. Nas últimas elei­ções presidenciais, desde bispos até comunida­des de base mostraram-se favoráveis ao Partido dos Trabalhadores. Isso originou acusações no sentido de que se estava construindo uma cris­tandade de esquerda... A Igreja no Brasil — re­plica Boff — não defende interesses corporativos, mas defende protestantes, os que praticam religi­ões afro-brasileiras, marxistas... O que a Igreja faz é colocar seu capital histórico acumulado a serviço da causa do povo em sua luta pela cons­trução de uma sociedade mais democrática na qual todos tenham seu lugar: seja o ateísmo, o espiritualismo, a macumba”.

“Os cristãos renunciamos a uma visão da Igreja como poder que quer conduzir a sociedade.” Boff teme, no entanto, que a orientação desta Igreja do Brasil possa mudar, como em outros países de América Latina. “Existe um refluxo, um proces­so de neo-romanização, mas a realidade é mais forte que a estratégia de Roma e, à força de tomar contato com a realidade, muitos bispos terminam por converter-se e fazer a opção pelos pobres”.

BIBLIOGRAFIA: Algumas obras: Como fazer teologia da libertação; A graça libertadora no mundo; Jesus Cristo libertador; O destino do homem e do mundo; Os sacramen­tos da vida e a vida dos sacramentos; A Trindade, a Socie­dade e a Libertação; Igreja, Carisma e Poder – Ensaios de eclesiologia militante; Nova Era, a civilização planetária 

 

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