História da Igreja

João, Evangelista, São (séc. I-II)

Conhecido também por “João o Teólogo” e o “discípulo amado” de Jesus. João, de fato, foi um dos apóstolos, junto a Tiago e Pedro, escolhidos por Jesus para ser testemunha de acontecimentos muito importantes da vida do Mestre, como por exemplo a transfiguração no monte Tabor e a ago­nia de Getsêmani. João, além disso, reclinou sua cabeça no peito de Jesus na última ceia e foi-lhe confiada a Mãe de Jesus aos pés da cruz. Foi tam­bém testemunha da tumba vazia na manhã da res­surreição e do reconhecimento do Senhor no mar de Tiberíades. A tradição nos diz que se retirou a Éfeso, sendo desterrado a Patmos, onde escreveu

 

o Apocalipse. De volta a Éfeso, segundo a mes­ma tradição, escreveu o que hoje conhecemos como o quarto evangelho e as três cartas, conhe­cidas como 1, 2 e 3 João.

Sobre o Apocalipse (*Apocalipse, Apocalíptica). Em torno do 4º evangelho — dife­rente no conteúdo e no ponto de vista dos três anteriores, conhecidos como sinóticos — colo­cam-se uma série de problemas que os estudio­sos denominam “questão joanina”. Segundo a tra­dição, que remonta à segunda metade do séc. II,

o quarto evangelho foi escrito pelo apóstolo João. Hoje, muitos pesquisadores negam a origem apos­tólica do livro. Outros, baseados na leitura e dife­rente estilo do texto, preferem pressupor dois au­tores. O texto teria tido duas redações: a primeira pelo que chamamos evangelista, e outra, posteri­or à sua morte, realizada por um discípulo. Ou­tros, finalmente, pensam que não há nada no pró­prio evangelho que se oponha à tradição, pois se apresenta sob a garantia de um discípulo amado do Senhor, testemunha ocular dos fatos que narra.

O evangelho de João diferencia-se dos sinóticos, em primeiro lugar, por seu estilo. Os dizeres de Jesus organizam-se em discursos e di­álogos longos. Ordena a atividade de Jesus de forma diferente: a vida pública teria durado dois ou três anos. Dispõe o material de forma que de­senha a figura de Jesus, colocando em destaque que é o Messias, o Filho de Deus. Seu tema fun­damental, portanto, é que Jesus é o enviado de Deus. Interessa-lhe destacar a pessoa de Jesus, sua missão, origem e destino, assim como a atitu­de dos homens diante dele. Dito de outra forma:

�.                o quarto evangelho, melhor ainda que os sinóticos, pretende esclarecer o sentido da vida, das ações e das palavras de Jesus.

 

O quarto evangelho é uma obra complexa. Não é um simples relato dos milagres e do ensinamento de Cristo ao povo, mas uma representação bem meditada de sua pessoa e doutrina, fruto de um esforço sustentado sob a direção do Espírito San­to. Não à toa, desde a antiguidade, seu autor foi chamado: “João, o Teólogo”. Sua data de compo­sição fixa-se entre 90-100.

Entre as sete “cartas católicas”, três são atri­buídas a João. “Apresentam tal parentesco literá­rio e doutrinal com o evangelho que é difícil não atribuí-las ao próprio autor, a João, o apóstolo.” A primeira carta, a mais importante e extensa, é por seu estilo e doutrina a que mais se aproxima do evangelho. Resume a experiência religiosa de João, que consiste na fidelidade ao duplo manda­mento da fé em Jesus Cristo e do amor fraterno. Põe-se em guarda contra a doutrina dos falsos mestres.

BIBLIOGRAFIA: J. Mateos-J. Barreto, El Evangelio de Juan. Análisis lingüístico y comentario exegético. Cristiandad, Madrid 1979; R. Schnackenburg, El evangelio según san Juan. Herder, Barcelona 1980-1987, 4 vols. 

 

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