História da Igreja

Diogneto, Carta a (séc. II-III)

Trata-se de uma apologia do cristianismo em forma de carta dirigida a Diogneto, eminente dig­nidade pagã. Até esta data nada se sabe nem do autor nem do destinatário da carta. Somente su­posições levaram a afirmar que o autor poderia ser Quadrato ou Aristides, e o destinatário o tutor de Marco Aurélio. As mesmas suposições exis­tem a respeito da data de sua composição, prova­velmente do séc. III.

A carta foi escrita por solicitação de Diogneto. Nela, o autor pinta em termos brilhantes a superi­oridade do cristianismo sobre a néscia idolatria dos pagãos e sobre o formalismo externo dos ju­deus.

— Porém, o melhor dela é a descrição que faz

o autor da vida sobrenatural dos cristãos (c. 5-6): “Os cristãos, de fato, não se distinguem dos de­mais homens nem por sua terra, nem por sua fala, nem por seus costumes. Porque nem habitam ci­dades exclusivas suas, nem falam uma língua es­tranha, nem levam um gênero de vida separado dos demais... Dão mostras de um teor particular de conduta admirável e, por confissão de todos, surpreendente. Habitam suas próprias pátrias, porém, como forasteiros; tomam parte em tudo como cidadãos e tudo suportam como estrangei­ros; toda terra estranha é para eles pátria e, toda pátria, terra estranha. Casam-se como todos, como todos geram filhos, mas não expõem os que nas­cem. Colocam mesa comum, mas não leito. Es­tão na carne, mas não vivem conforme a carne. Passam o tempo na terra, mas têm a sua cidada­nia no céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas, com a sua vida, ultrapassam as leis. A todos amam e por todos são perseguidos. São ignorados e são condenados. Ao serem mortos, ganham a vida. São pobres e enriquecem muitos. Carecem de tudo e são fartos em tudo...” (BAC, 65).

A Carta a Diogneto é “um dos documentos mais belos da literatura cristã. Seu conteúdo re-vela um homem de fé ardente e vastos conheci­mentos, um espírito totalmente impregnado dos princípios do cristianismo. Sua linguagem trans­borda vitalidade e entusiasmo” (Quasten).

BIBLIOGRAFIA: Padres apostólicos. Edição bilíngüe completa. Texto da Carta a Diogneto (BAC). Madrid 51985, 845-862. 

 

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